A Escolhida é o segundo livro de uma triologia do autor Lois Lowry. Mas não se preocupe que uma história não tem nada haver com a outra e cada uma aborda uma sociedade diferente do mesmo mundo. Eu amo o primeiro volume O Doado de Memórias e sempre quis dar continuidade na saga e recebi no mês passado o livro da Editora Arqueiro.

O livro não é um lançamento e me foi enviado mesmo como presente, por que eu pedi muito e eles são uns fofos. Ele traz a história de Kira, uma jovem de duas sílabas e na sociedade dela, as pessoas são divididas pelo número de sílabas em seu nome. Apesar de histórias diferentes os livros possuem ligações. Assim como em O Doador de memórias, eles não usam os anos para contar a passagem do tempo. Em A Escolhida os pequenos possuem uma sílaba, os jovens duas, os adultos três e os anciões quatro que diferenciam suas faixas etárias e qualificações. Ela é uma recém duas sílabas.

E esta sociedade a qual Kira está inserida, é bem intolerante e acredita que as crianças quando nascem com alguma deficiência, devem serem levadas para o campo para serem devoradas pelas feras, enquanto são recém nascidas e não possuem alma. Assim como qualquer pessoa que sofra algum acidente ou doença que a torne inútil para contribuir para o convívio mútuo. A menina nasceu com uma deficiência na perna e só não foi levada por que sua mãe impediu. 

Porém, sua mãe morreu de uma grave doença e agora Kira não tem mais ninguém para protege-la e perdeu sua casa, já que os mesmo acreditam que quando alguém morre por alguma doença eles queimam a casa da pessoa. 

E para piorar Vandara, uma de suas vizinhas quer tomar o terreno da casa de Kira para fazer um cercado para as crianças e animais. E Vandara é uma pessoa temida e respeitada por todas as mulheres por ser bem cruel. Muitos dizem que ela mesmo matou seus filhos. Ela tenta expulsar Kira da vila e ameça junto com as outras mulheres apredeja-la. 

Mas imagine, uma menina deficiente, que perdeu recentemente a Mãe, a casa e está prestes a ser expulsa e levada para as feras, passando por esta situação e pisada por Vandara? Sem contar os trechos que ela narra o desprezo que recebe por sua deficiência. Mas achei mega genial a inteligência da menina, que usa as próprias leis para se defender. 

E elas acabam em um tribunal para que Kira possa ser julgada pelo Conselho, mesmo acreditando que será presa ou morta por ser deficiente. E surge um personagem que amei, que se torna o defensor da menina, o Jamison. E aí a surpresa, ela não apenas é inocentada, como também é delegada á uma tarefa de enorme honra. Calma, fiquem tranquilos que não é um spoiler, pois isto é bem no início do livro e vem muita coisa bacana por ai.

Kira tem um dom muito bonito, por isto ela recebe a tarefa de ser a restauradora e futura bordadora da túnica, que tem um valor muito grande. Pois ela conta a história deste mundo desde o seu princípio. Uma reviravolta acontece na vida de Kira!

E comparando com o primeiro livro, por mais que o mundo de O Doador de Memórias seja mais interessante, o segundo possui uma história melhor, sendo bem mais profunda, sendo bem mais rica em detalhes e questionamentos. 

E ambos os livros desta saga, trazem fatos da nossa sociedade atual e com um final surpreendente, ficando aberto para uma continuação, até por que ainda possui mais um volume O Mensageiro que pretendo ler o mais rápido possível. 

Ficaram afim de ler? Garanto que vão gostar.