O Quarto de Jack


Oi pessoal, hoje vamos falar sobre esse belo filme O Quarto de Jack, que é um grande indicado em quatro categorias no Oscar. Confesso que já vi o filme faz dias, mas não tive tempo de vir fazer uma postagem sobre, mas estou aqui.

Joy (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Tremblay) vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick (Sean Bridgers), que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano em que, com a ajuda do filho, poderá enganar Nick e retornar à realidade.

Joy é uma garota que aos 17 anos foi sequestrada e é mantida refém por anos pelo Velho Nick. A garota é abusada pelo mesmo, que acaba gerando um filho, o pequeno Jack. A mãe tenta dar os primeiros melhores anos de vida do filho na medida do possível, mas quando o garoto completa 5 anos ela percebe que ele precisa saber a verdade.

O filme é contado pelo ponto de vista de Jack, o olhar de uma criança sobre a tragédia. Confesso que isso era apenas o que sabia do filme, que é o comentário mais forte entre os críticos, a respeito dele. E isso o torna encantador, além de uma história completamente inovadora, que te prende.

 Joy, usa a história de Alice no país das Maravilhas, como cancho para contar a real situação que eles se encontram, para o fillho. Que aquele quarto, era como se eles tivessem preso em um mundo que não é deles e precisam se libertar. Jack, não compreende muito bem a situação pois o único contato com o mundo real, é pela Tv e pela clarabóia, única visão do céu. 

Então a primeira parte do filme, é apenas Brie Larson e Jacob Tremblay presos dentro do quarto. Eles carregam esse primeiro momento do filme sozinhos e a dinâmica e entrosamento dos dois é muito forte. Um ato deste primeiro momento, que me tocou muito, foi a maneira que Joy protege o seu filho do Velho Nick. Ela esconde Jack, dentro de um guarda roupa, que é onde ele dorme para que o Velho Nick, não tenha nenhum contato com ele. E o sequestrador considera Jack como uma menina e talvez esse seja o medo da mãe, que ele acabe abusando de Jack futuramente.

A direção de Lenny Abrahamson, é uma direção muito boa, por que nesse primeiro momento do filme, ele pega dois atores competentes e joga em um cenário tão pequeno e os fazem trabalhar. E após Joy, ter contado ao filho sobre o que significa o quarto, ela passa a planejar planos para que os dois possam sair de lá. E isso acontece de forma grandiosa que me deixou cheio de nós na garganta, mas não vou dar Spoller.

O único ponto falho do filme, foi a maneira que a policial deduz o caso de Jack e encontra a sua mãe, achei que foi muito rápido mesmo o garoto não sabendo explicar a situação. Outra coisa que não sei se perdi, mas não ficou claro foi se o Velho Jack foi preso ou não. 

A partir deste momento, temos Joy e Jack de volta ao mundo real, que para o garoto tudo é uma novidade e isso fica claro em belas cenas narradas por Jack. Mas essa segunda parte, não significa que tudo está bem, agora Joy esta de volta a sua família e com um filho. Ela tem que se readaptar, com as mudanças, com sua família em si, seu pai que não consegue olhar o rosto do filho, Jack que não consegue se encontrar no mundo real, ou se comunicar com outras pessoas. Toda uma pressão que precisar ser superada. 

Tecnicamente o filme também é fantástico, tem uma fotografia incrível, principalmente quando eles estão dentro do quarto e eles conseguem fazer um jogo de câmeras que o deixam maior. E quando eles estão no mundo real, e voltam para o quarto, tanto eles quanto o telespectador percebe essa diferença, que o quarto é bem menor. Vale dizer que a fotografia é bem gélida, bem sombria e no final do filme ela volta a esse tom mais carregado. A trilha sonora não é tão forte mais tem um papel bem importante no filme, principalmente quando Jack reencontra a mãe. 

O filme concorre nas categorias Melhor filme, direção, roteiro adaptado e atriz e sem dúvidas saíra pelo menos com um, já que Brie Larson é a Favorita nessa categoria. Jacob Tremblay, que interpreta Jack, aos nove anos, foi um dos protagonistas da temporada de premiações com muita fofura e pela sua linda interpretação.  O filme venceu o festival de Toronto e, nos últimos anos, produções com essa credencial triunfaram no Oscar. Alguns exemplos são “12 Anos de Escravidão” (2012), “O Discurso do Rei” (2010) e “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008).  É o filme mais emocionante entre os concorrentes e o meu favorito.   

É um filme maravilhoso, tanto para quem gosta de suspense, drama, mas que surpreende a todos e garante várias surpresas. 

Você pode gostar também

2 comentários

  1. Filme espetacular, com ótimas atuações principalmente do Jacob! Pós cativeiro compartilhamos tensões até maiores que no começo, e podemos ver e perceber o poder do amor e a pureza das crianças . Você achava q Jack poderia ser do sexo feminino também ? Ou só eu?... Tipo a mãe querendo proteger a criança de um potencial abuso futuro, decidiu consciente ou inconsciente manter essa "realidade" ...

    ResponderExcluir
  2. Realmente ele parecia com uma menina, mas claro que sabia que ele era um menino. Creio que seja o Velho Nick, pois o menino so vestia roupas de mulher e quem levava era o sequestrador, por isso também que Joy não queria contato dele com o menino.

    ResponderExcluir


@flahvioh