Lembra, do início de Meninas Malvadas em como são descrito os grupos que se dividem a escola? As garotas e caras populares, e de como eles eram vistos e “idealizados" como “desejáveis”? Para algumas pessoas, era quase como se fossem celebridades, exceto que tinham alguma chance com eles(as). E nem é preciso ver muitos filmes colegiais norte-americanos para entender que havia um esforço consciente por parte dos adorados e dos adoradores para manterem esse status de adoração, certo? 

Geralmente procuramos no outro as características tanto físicas quando pessoais que nos atraem. E claro que sempre alguém irá aparentar ter todos os itens desejados de nossa lista. Um boa conversa, um belo sorriso, os gostos, maneira de pensar e afins. Claro que, quase sempre o físico chama mais atenção, tanto em homens quanto em mulheres. Perguntar alguém qual o seu tipo, ela vai descrever como: prefiro as loiras, prefiro os nerds, gosto de musculosos, prefiro as baixinhas...

Quando conhecemos alguém que se encaixa nessa nossa descrição,  acreditarmos ter encontrado a pessoa “perfeita” e construímos em nosso coração todo um conto de fada onde conseguimos ver um futuro resplandecente, além do arco-íris com o então “Crush”. Entendo que o Crush, seja uma quedinha por algúem ou uma paixonite adolescente, típica da adolescencia, apesar de não ser exclusivamente  de adolescentes. Eu mesmo tive alguns crushs e sofri muito com isso.

Tive poucas paixonites e em algumas vezes tive a chance de ser correspondido. E foram saídas, conversas, cinemas, beijos e abraços, mas nunca passaram disto. Foi difícil após, superar o distanciamento que se gerava depois de dois ou três encontros. De desapegar das conversas diárias e perceber que elas se tornaram cada vez menos constantes, ou com a sensação que aquela pessoa, não me completava de fato.

Quando conhecemos este tal alguém, surge uma atração idealizada, que criamos quando esta aparenta ter todos os quesitos que desejamos. Você não se apaixona de fato, mas sim pelo o que você deseja na pessoa. Concluo que, Crush não é “paixão” e muito menos “Amor” e quase sempre vamos nos decepcionar, quando descobrir que aquela pessoa não te completa ao todo, mais parcialmente.  

A partir deste princípio, temos que entender o básico: Ninguém é perfeito como queremos. As pessoas são formadas por características específicas, mas elas são muito mais abrangentes que um rostinho bonito. Muitas vezes percebi que o crush nem era essas coisas todas, mas por que ele começou a se mostrar por completo e essa ideologia foi desfalecendo. 

Muitas paixonites podem virar amor, mas quase todas preferem continuar sendo apenas crushs de alguém, querendo apenas algo momentâneo e não duradouro. Acho que o ultimo crush fez alguma coisa, que não consigo mais crushiar ninguém, por que cansei da decepção que fica e meio criei barreias quando alguém tenta se aproximar.

É muito ruim você ter um crush por  alguém, por que acabamos desrespeitando tonto nós mesmos, quanto a outra pessoa, por não vermos como ela é. Criamos ilusões e relacionamentos imaginários e por mais que seja bonitinho, o mundo real não funciona assim. E acima de tudo estamos, deixando de pensar em nós para construir um altar para outra pessoa a colocando em um patamar acima de nós. 

Não foi fácil deixar todos esses pensamentos fluir assim, sobre o tema. Há uma semana, estou com isto na cabeça e demorei três dias para organizar as idéias e fazer a postagem. Não quero mais ter crush por ninguém, quero alguém que não me ofereça metades, mas me mostre verdade,alguém que fique, que grite, que xingue, tenha ciúmes, depois me abrace, peça desculpas, sorria. Chega dos romances utópicos.