Logan


Pela primeira (e última) vez num filme do Wolverine, não temos aquele excesso de CGs e explosões megalomaníacas, seguindo a ideia de que “tá todo mundo velho” o filme abraça cenas de lutas naturais, onde o cansaço físico é explorado e Hugh Jackman nem precisa se esforçar tanto para mostrar que realmente está cansado, seu personagem por motivos que não irei citar esta debilitado e já não consegue estabelecer o status de “a melhor arma já criada”, mas sempre se esforça para se safar das grandes enrascadas nas quais se envolve.

Ver Logan lutar é torcer para ele sair vivo, coisa que antes nem precisava, pois sabíamos que ia ficar tudo bem, neste filme a sensação é exatamente ao contrário, a frase citada “o mundo está mudando” faz todo sentido quando entramos nesta parte, pois realmente a coisa mudou.

Ainda sobre a ação do filme, vale citar a tão aclamada violência na qual agrega 18 anos de idade para a sua faixa etária, sangue e vísceras são lançadas a tela em toda cena de luta e isso dá um clima artístico ao filme, devido ao fato das cenas de ação terem sido pensadas para um filme 18 anos, muitas vezes não há uma trilha sonora de fundo, apenas o som das garras e de pessoas sentido dor, acredite é prazeroso ver isso na tela e é maravilhoso ver como Hugh se sente a vontade na hora das tretas, como se finalmente quisesse fazer o que sempre quis fazer, afinal o cara tem garras então deixe ele cortar tudo.
Da parte dos personagens, existem ressalvas quanto aos antagonistas, Wolverine em sua obra original possui uma vasta galeria de vilões, mas neste filme resolveram utilizar o personagem Donald Pierce, líder de um grupo chamados Carniceiros, até aí tudo bem, pois realmente é um vilão de ponta, contudo a forma com que o filme utiliza este personagem e seus capangas, acabam caindo em declínio, todos os clímax gerados no início do filme com diálogos intimidadores não fazem jus com o andar da caminhada, o vilão não será lembrado e certamente é o mais fraco de todos os filmes do Wolverine (e olha que tem muita coisa ruim nos outros filmes).

Ainda sobre o antagonismo, o filme utiliza o recurso “ameaça final” para tentar fechar a trajetória de Wolverine de forma poética, mesmo que ela seja nítida e deixe uma mensagem legal (o seu pior inimigo é você mesmo) trata-se de um recurso cafona e precoce, pois para quem é fã do personagem sabe muito bem quem deveria ter sido colocado ali, um personagem conhecido como Dentes de Sabre, e olha que segundo rumores no roteiro (original) do filme este personagem estava incluso, não como vilão, mas deveria ser, uma pena que foi esquecido.

Sobre o lado dos mocinhos, os personagens inclusos dão diversos tons ao filme, Patrick Stewart na pele de Charles Xavier leva o sentimento de culpa e loucura, mas acredite ele consegue ainda entregar um alívio cômico, Hugh Jackman dá a sensação de velho tanto para o personagem como para o público, afinal crescemos com o cara, já Dafne Keen na pele de Laura (X-23) só o tempo dirá, mas de momento ela leva a esperança de que algo novo está por vir, e é exatamente isso de que o filme se trata, legado.

A Fox por mais que bagunçou a linha dos X-Mens, descartando ideias e criando coisas novas, nos entrega aqui um filme que não consegue ser ruim, por mais que tenha os problemas citados, Logan é a definição de filmão, feito com carinho para nós que lá em 2000 assistiu o primeiro filme com Wolverine e acompanhou a trajetória, a despedida do personagem é belíssimo ato que parafraseia o filme “Os brutos Também Amam”  a cena é marcante e certamente rende lágrimas.

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@flahvioh