O Poderoso Chefinho



Coisa que amo é animação. Já pelo Trailer O Poderoso Chefinho me deu a clara impressão, pelos  de ser mais um longa inspirado naquelas animações onde o bebê era na verdade um gangster ou algo parecido. Vimos isso no filme O Pequenino, porém a fórmula não deu certo.

Então, eis que começa a sessão. Fui apresentado a uma empresa chamada Baby Corp. cujos principais “produtos” são bebês. Mas há um porém: os bebês podem ou não ser selecionados para envio às famílias, desde que cumpram com um requisito. Nesse processo, um deles é enviado para a gerência. Essa é a introdução do Chefinho do título.
A seguir uma família comum e feliz aparece. Ela é composta por um casal de pais extremamente zeloso, cujo filho se chama Tim Templeton. Tim é um menino com a criatividade e imaginação que lembram demais o Calvin (de Calvin e Haroldo) e ele garante algumas das cenas mais legais com essa imaginação. Em alguns de seus devaneios imaginativos surgem desde dinossauros até a multiplicação de seus pais em cenas com diversos tipos de animação, uma melhor que a outra. Notei referências a filmes como Sin City, Batman Lego e Procurando Nemo, por exemplo. E tudo com ótimas trilhas sonoras compostas por Hans Zimmer.

Mas nada é perfeito para sempre e Tim descobre isso da forma mais estranha possível. Seus pais recebem um bebê em casa. Apesar do bebê estar com uma maleta e terno, os pais não estranham. E logo de cara descobrimos o quanto um lar pode ter sua rotina alterada por causa de um bebê.
Tim tem a atenção dos pais totalmente voltada para a nova criança. Aos poucos, o espaço que era só dele é tomado por coisas do bebê, fotos e a bagunça típica de uma casa com crianças. Ele não confia no bebê e inicia uma investigação que culmina com a descoberta de que a aparente criança é na verdade um manipulador e sinistro executivo... ou algo assim. As ações a partir daí para desmascarar o Chefinho são cada vez mais hilárias e mal sucedidas. Isso sem contar que o Chefinho tem uma equipe de apoio, composta por bebês, que diminuem as chances de Tim em revelar a verdade aos pais.
Ainda que O Poderoso Chefinho seja uma animação, muitas verdades sobre a criação de bebês e a vida em família são mostradas ao público. Desde o distanciamento que os pais involuntariamente aplicam às crianças mais velhas até a manipulação (instintiva) imposta pelos próprios  bebês que se valem do choro e do próprio carisma para obter tudo dos seus papais. Mas, além disso, as sequelas emocionais das crianças mais velhas diante desse “abandono” é mostrada em toda a sua intensidade. Tim sofre a ponto de temer o descarte total por parte de seus pais. Nós sabemos que isso jamais acontecerá, porém a mente de uma criança reage de forma instintiva a essa situação.
Essa é outra tirada sensacional por parte do roteiro e da direção. A revelação do verdadeiro vilão ocorre quase no final do filme e garante cenas tensas e divertidas ao mesmo tempo. O poder de manipulação dele é um alerta para o quanto somos suscetíveis aos benefícios da vida moderna, de nossos empregos e, em contrapartida, deixa claro também o quanto isso pode nos distanciar de uma maior interação com a família.

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@flahvioh