pensamentos
amadurecer
Chega um tempo que o que mais queremos é alguém no nosso lado. E lendo este texto do Tradicionalmente me fez refletir, sobre a fase que o anseio por um relacionamento estável começa a bater em nossas portas. E o que mais fugíamos, agora é o que mais procuramos.
– Sumido.– Opa!– Tá em casa?– Onde vc tá?
Quando o celular apita e uma dessas mensagens chega, eu já sei de quem é e o que a pessoa quer. E a culpa é minha por elas insistirem em chegar. Eu deixei que elas chegassem, eu respondi muitas delas, eu achava que queria a mesma coisa.
Mas, nas últimas vezes, minha certeza foi diminuindo. “Quero mesmo?”, pensava quando via a mensagem. “O que eu estou fazendo?”, indagava enquanto estava dentro do táxi ou arrumando minha casa. E minha reação quando tudo acabava confirmava que eu não queria e que eu não sabia o que estava fazendo: eu simplesmente ia ouvir música ou ver televisão, ficava inquieto querendo ir embora ou expulsar a pessoa daqui. Por poucos minutos de prazer, esquecia quem eu era. E no fim, quando eu lembrava, já era tarde demais.
Sexo eu tenho daqui até a China e com pessoas que eu até acho muito gostosas, atraentes, e boas de cama. Alguém pra me dar a mão num filme de terror, não. Alguém que comprou um chocolate por ter lembrado que era meu favorito quando viu ele na fila do mercado, não. Alguém que queira saber de verdade como foi o meu dia, não. Alguém que saiba qual meu gosto em música, não. Alguém que queira conversar sobre reencarnação de madrugada bebendo vinho, não. Alguém que compartilhe e me faça compartilhar, não. Alguém que se arrisque ao me ver me arriscar, não. Alguém que me ouça e me dê palpites, não. Alguém que me ame por tudo que sou e não só por algumas partes de mim, não.
Talvez você não saiba, imagine, ou nem pense nisso, mas eu também existo quando você não está solitário ou com tesão.
O texto faz grande referência ao que reparei estes dias, lendo minhas conversas no Message. Deparei-me com vários diálogos com a mesma pessoa que se repetiam. Está em casa? Vou aí agora pode ser? E sempre as respostas eram positivas.
Nunca passava disso e isso se repetiram por anos. Eu nunca fui alguém só, mas também nunca fui alguém que pertencia alguém. Confuso né? Sempre tinha alguém do meu lado, e isso é bom, sempre achei que bastava. Mas não é o suficiente. Uma vez, em um dos meus últimos encontro, por que a pessoa além de um caso, tínhamos um vínculo de amizade, falei que estava cansado desse tipo de relacionamento. Cansei de ir ao cinema e no outro dia está sozinho. Estou querendo mais.
Quando tinha meus 17, 20 anos, apesar de não fazer muito tempo, eu via a vida com olhos de deslumbramento. Tudo era novidade, queria os olhares de todos para mim. Antes eu ficava em uma festa, até as 6 horas da manhã. Hoje se ficar até as três é muito e lugares aglomerados, não me atraem. O que mais quero é ficar sentado conversando. Parece que a ficha da fase adulta está caindo e tem trazido mudanças perceptíveis em meu modo de pensar e levar a vida.
Acho que todos, chegamos a essa fase da vida, que precisamos de mais amor e troca de olhares do que vários amores e trocas de parceiros. Outrora me acharia careta e até chato, mas às vezes o problema não sou Eu, são as mudanças que ocorrem na vida e nos levam ao amadurecimento.
1 comentários
poxa chorei�� , foi no meu íntimo e me abalou isso acontece comigo as pessoas só querem sexo e na maioria das vezes eu acabei aceitando. E a culpa é minha por aceitar espero daqui pra frente não ter que me lamentar e encontrar alguém de verdade..:(
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