Tudo e Todas as Coisas

Recebi "Tudo e Todas as Coisas" da Editora Novo Conceito e foi uma experiência de leitura muito dinâmica e extremamente cativante. E estava bem ansioso para falar dele. 


Esse é o primeiro livro que leio de Nicola Yoon e desconfio que não será o ultimo, já que, pelo menos aqui, sua narrativa foi uma surpresa muito bem vinda. Quando li a descrição do livro me preparei para ler um daqueles romances que despedaça a alma da gente. Dos que deixam aquela ressaca literária de semanas.

Madeline nasceu com uma doença que não tem cura e que a faz alérgica ao mundo. Sendo filha de uma médica, sua mãe fez com que a casa delas se tornasse a prisão o ambiente perfeito para que Madeline não fosse afetada por nada do mundo lá fora.

Madeleine é a menina da bolha. Ela não tem amigos, nunca saiu de casa, todas as pessoas com quem tem contato são “desinfectadas” antes de entrar em contato com ela. Não que ela tenha contato com muitas pessoas além de sua mãe e Carla, sua enfermeira.

Aliás, Carla é uma personagem que super roubou a cena aqui. Amei muito o jeito mãezona que ela tem e é muito lindo ver o carinho dela por Madeline. Mesmo com uma linda como a Carla como amiga e enfermeira, a vida de Madeline é uma fila de dias iguais, ela inclusive define isso muito bem, dizendo que se sua vida fosse um livro, todas as páginas seriam iguais #sqn. Isso até Ele aparecer. Ele é Olly, o vizinho.

Olly se muda com sua família para a casa ao lado da de Madeline. Instantaneamente, vigiar essa família se torna o passa tempo número 1 de Maddy. Não que o fato de Olly ser lindo tenha alguma coisa a ver com isso. Ele também tem uma característica bem interessante, nunca fica parado. Está sempre subindo nas coisas, amei.
Claro que não demorou para ele reparar em Madeline, o que é empolgante e assustador para ela. Como manter uma amizade se ela não sai de casa ou sem contar a verdade sobre sua doença? É aí que tudo fica mais interessante.

Acho que alguns pontos da história poderiam ter sido mais explorados, como a família de Olly e o drama que Madeline vive. Mas talvez essa tenha mesmo sido a ideia da autora, não focar nos dramas, mas sim na forma como os personagens lidam com eles.

Não temos aqui uma história triste que vai te levar as lágrimas com o sofrimento de Madeline (pelo menos eu não me senti assim, como contei lá em cima), até porque ela é bem resolvida com sua situação, não tendo conhecido nada além disso. O que chama atenção na história é sua própria narrativa.

Vamos ver como Madeline tira o máximo proveito de sua vida e como ela analisa as coisas de uma forma divertida. Ela não se sente derrotada por sua condição, pelo contrário, com uma imaginação fértil e uma dose de ironia, ela tenta ver o melhor em tudo.

Eu diria que vamos entrar no “Mundo de Madeline” ao abrir o livro. Um mundo limitado, mas não triste ou revoltado. E isso é o muito legal na história, a forma como a autora consegue envolver o leitor de forma leve e despretensiosa. Uma leitura rápida e muito envolvente. Estou até com medo de ver o filme agora.

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@flahvioh